“BIOFÁRMACOS são medicamentos obtidos por alguma fonte ou processo biológico, ou seja, o principio ativo do medicamento é obtido através do emprego industrial de microrganismos ou células modificadas geneticamente.”. A produção de biofármacos no leite de caprinos geneticamente modificados, Foi o tema da palestra proferida hoje, dia 19, no auditório do Sistema FAEC/SENAR-CE, pelo pesquisador da Universidade de Fortaleza- UNIFOR, Leonardo Tondello Martins, durante a reunião quinzenal do AGROPACTO . A reunião foi coordenada pelo primeiro-vice- presidente da FAEC, Paulo Hélder de Alencar Braga, com a presença de vários técnicos e pesquisadores da Embrapa, Clube do Berro, etc.
O pesquisador fez um histórico do trabalho desenvolvido pela UNIFOR através, do Centro de Ciências da Saúde e da Agropecuária Esperança, iniciado em 2009, com a formação da equipe, buscando o clone de animais da raça caprina, em 2012 nasceram os primeiros animais transgênicos com lisozima humana . A primeira cabra clonada foi chamada de Gluca, já em 2015, foi feito o clone do clone e nasceu a Beta. Hoje, há um rebanho de 15 fêmeas e 3 machos produzindo o leite com a lisozima humana .
Esta enzima tem um papel bastante importante no nosso organismo, pois permite a proteção, em conjunto com outras proteínas, de zonas que não podem ficar secas como os olhos, e outras mucosas., permitindo o seu bom funcionamento e evitando doenças.
Leonardo Tondello informou ainda, que os pesquisadores da UNIFOR já estão produzindo caprinos duplo-transgêncios com lisozima e lactoferrina, essa ultima se faz presente em grande quantidade no leite materno, mas precisamente no primeiro leite após a mãe dar à luz. A lactoferrina tem um papel de antibiótico natural , o que parece bem propício ao recém nascido, ajudando na correção das diarréias que são a segunda maior causa de morte de crianças (1,5 milhões de mortes /ano).
Em 2016, os pesquisadores iniciaram outro trabalho de pesquisa, desta vez, com a produção de anticorpos do VEGF, que é usado no combate ao câncer de pulmão, colo retal, rins e ovários e outro, denominado L-Asparaginase , que trata a leucemia. Leonardo disse que a UNIFOR fechou uma parceria com o Instituto Butantan, queira produzir os anticorpos, enquanto o Ceará irá produzir as cabras transgênicos e o leite
Entre as ações estratégicas informou que desde 2015 iniciaram pesquisas com clonagem de bovinos e que já nasceram três bezerros clonados da raça guzerá. Nesse sentido, estão trabalhando com a Fiocruz para produção de novos biofármacos e discutindo com o Instituto do Câncer, bem como a regulamentação junto ao FDA e Anvisa.
Novas Pesquisas
A UNIFOR treinou uma equipe em Terapia Celular e isso já permitiu a abertura de mais duas empresas: a FORTGEM BIOTECNOLOGIA ANIMAL-que vai cuidar do tratamento terapêutico de animais, inclusive na produção de embriões para bovinos e ovinos-e a GENÉTICA MAIS CEARÁ, que cuida do melhoramento de bovinos, inclusive o maior desafio é a taxa de prenhez.Esse trabalho de pesquisa está sendo feito no município de Quixeramobim, com aporte financeiro do SEBRAE.
No final da sua apresentação Leonardo Tondello convidou o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural–SENAR-Ceará, a participar do projeto de pesquisa da UNIFOR.