Muito em breve um sonho se tornará realidade para produtores assistidos pelo Programa AGRONORDESTE /SENAR, no municipio de Itapipoca, no Ceará. Segundo o técnico de campo do SENAR , Rômulo Diógenes, após um ano de assistência técnica e gerencial , 30 criadores de ovinos e caprinos de uma forma natural, como necessidade comum, chegaram a conclusão da importância de se unirem para produzir de forma eficiente , tornando a atividade viável. Dai surgiu a ideia de formação de uma Cooperativa e dentre as justificativas estão a organização da cadeia produtiva , a barganha para aquisição de insumos e equipamentos, a contratação de crédito e a comercialização direta.
Já fizemos várias reiniões com os produtores inclusive com a participação de representantes da Organização das Cooperativas do Ceará- OCB – que estão nos assessorando em todo o processo de formação de uma Cooperativa, e acreditamos que em breve estaremos fundando oficialmente, disse Rômulo. O AGRONORDESTE criado pelo Ministério da Agricultura tem entre seus eixos de atuação promover o cooperativismo e destravar os entraves que existem nas cadeias produtivas.
BONS RESULTADOS
Em um ano de assistência técnica pelo SENAR, os ovinocaprinocultores já experimentam significativas mudanças em seus sistemas produtivos. O Programa AGRONORDESTE atende a 30 produtores distribuídos entre regiões de praia, serra e sertão na cidade de Itapipoca, conhecida como a cidade dos três climas.
Muitos resultados já são aparentes, como a redução na taxa de mortalidade de crias, que no início das visitas registrava perdas elevadas de cabritos/cordeiros, chegando até a 80 % em algumas propriedades, com a incorporação de cuidados e manejos relativamente simples esses números mudaram consideravelmente havendo diminuição para 5 a 20%.Por conseguinte aumentando-se a taxa de sobrevivência das crias.
O melhoramento genético dos rebanhos também já pode ser percebido, com a utilização do descarte orientado em que se definiu a permanência de animais mais jovens e produtivos no plantel, bem como, a permuta de reprodutores.
Os desafios são muitos, a começar pela supervalorização dos insumos de produção. Para se ter ideia em março de 2020 o milho custava menos que R$ 60,00 a saca , tendo aumento expressivo de mais de 60% estando no mercado local com preço médio de venda de R$ 95,00. Para a soja,a situação é similar, antes vendida a R$100,00, já tendo alcançado o valor de R$170,00. Tendo em vista essas elevações de preços dos principais insumos o produtor de forma geral ficou mais receptivo a adoção de tecnologias. Ganha visibilidade a produção de volumosos. Assim, o técnico Rômulo Diógenes tem gradativamente inserido tecnologias como o plantio de palma forrageira; o plantio de mandioca com ênfase para a parte aérea; a multiplicação do capim BRS Capiaçu; formação de bancos de proteínas; adoção de estratégias de armazenamento e conservação de alimentos: ensilagem e a fenação.
A profissionalização da mão de obra e a organização para venda dos produtos diretamente ao mercado especializado também são pontos importantes a serem trabalhados. Dai surgiu a necessidade de formação de uma Cooperativa.